John Muir, herói ambiental escocês-americano, é famoso por seu ativismo para preservar as sequoias do oeste norte americano. Entretanto, em 1911, aos 73 anos, ele viajou para o outro extremo das Américas em busca de uma espécie de árvore diferente, um gigante das florestas que ele só tinha visto em fotos: a araucária.
Nas montanhas nubladas do Sul do Brasil, Muir caminhou entre as coníferas de copa plana por uma semana e escreveu em seu diário: “Manhã chuvosa. Araucárias por centenas e milhares. Paisagem maravilhosa”. Ele havia visitado a Amazônia recentemente, mas as araucárias eram as árvores que ele queria ver antes de morrer.
Foi, como escreveu, a floresta mais interessante que ele já havia visto em sua vida.
As araucárias do Brasil pertencem à família ancestral das Araucariaceae, as quais encontradas em todo o mundo durante os períodos Jurássico e Cretáceo (entre 200 e 65 milhões de anos atrás). Algumas pesquisas sugerem que, devido as suas folhas ricas em energia e com baixa fermentação, elas eram um alimento essencial para os dinossauros saurópodes.
Atualmente, os três gêneros sobreviventes dessa família estão limitados ao hemisfério sul. E, como os dinossauros que antes vagavam entre eles, essas árvores de aparência peculiar agora estão em risco de extinção.
Dentro da família Araucariaceae, existem 20 espécies no gênero Araucária, incluindo o Araucaria araucana ou Monkey-Puzzle do Chile, o Hoop Pine da Austrália e Papua-Nova Guiné e o Norfolk Island Pine da ilha Norfolk. Outras 22 espécies pertencem ao gênero Agathis, encontrado no Pacífico Sul e no Sudeste Asiático, dos quais o mais famoso é a árvore colossal Kauri, da Nova Zelândia. E o gênero Wollemia, da Austrália, contém apenas uma espécie, um “fóssil vivo” espetacular tão somente descoberto em 1994, dentro de sua última fortaleza em um cânion escondido localizado próximo a Sydney.
Foto: Fernando Vidal
Fonte: UFRGS
Estudo de: John Muir
コメント